quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

DESPRECONCEITO

        (Horacio Xavier - © Todos os direitos reservados)


De todos os luares
Há de surgir
Há de brilhar
Há de ser nu
O pelo pubiano
De todas as mulheres
A glande avermelhada
De todos os homens

De todos os sóis
Há de cair
Há de soar
Há de ser escancarado
O olhar feliz
De todos os apaixonados
A língua ferina
De todos os amantes

De todos os céus
Há de nascer
Há de ter vida
Todos os amores


OÁSIS

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


Solto o berro
Que me faz rouco
Que me aperta sem dó o peito
Que me sufoca de pouco em pouco

Expulso a lágrima
Que me faz seco
Que me enrubesce até o pescoço
Que me expõe o desespero em alvoroço

Interiorizo o grito
Que me faz zunido                      
Que me silencia ao pé do ouvido
Que me exibe só e perdido

Respiro aliviado
Ao me virar de lado
Ao lhe sentir o musculoso braço
O abraço
O conforto do aconchegante regaço 


DA IGUALDADE DO PRAZER

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


Rigidamente
Como mastro de apontar território
Está o desejo exposto

Saborosamente
Como instrumento de umedecer o outro
Faz-se de cobiça, o gosto

Paulatinamente
Como calor de ferro incandescente
Desenha-se na face, o toque morno
Bolinando a pele com prazer homeomorfo
(Equivalente, Isomorfo)
Fincado no corpo


PR’HORACIO

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)




Vagam nus
Todos os meus homens
Todas as minhas dores.

Vagam nus
Todos os meus lados
Todas as minhas mágoas.

Vagam nus
Todos os meus anseios
Todas as minhas caras.

Vagam nus
Todos os meus desejos
Todas as minhas máscaras.

Vagam nus
Sós
Perdidos
Todos os Horacios de mim.