terça-feira, 28 de agosto de 2012

Por saber que o prazer traz felicidade...



ENTRE LUZES E PRAZERES DIUTURNOS
(Horacio Xavier - © Todos os direitos reservados)


O mel que escorre de ti
Água-me a boca sedenta
Noite à dentro de mim

O calor que emana de mim
Eriça-te o pelo trêmulo
Madrugada a fora de ti

O cheiro que exala de ti
Tonteia-me o desejo pungente
Na aurora boreal de mim

O suor que evapora de mim
Respinga-te a pele dengosa
No sol a pino de ti

O suspiro que arranco de ti
Suspira-me de prazer atroz
No ocaso, lusco-fusco de nós
Nada me calará...



AO CARRASCO DA GUILHOTINA
(Horacio Xavier - © Todos os direitos reservados)


Ainda que arranquem
As flores do meu coração
E do músculo retorcido
Sobre unicamente solidão...
Mesmo que expulsem
Os aromas das minhas mãos
E do osso alquebrado
Reste apenas silêncios vãos...

Ainda que esfacelem
As melodias dos meus pés
E da carne decepada
Fique somente a tristeza de viés...
Mesmo que extraiam
Os sonhos do meu cérebro
E do sangue esguichado
Tenha ainda um pouco de medo épico...

Não verterei lágrima
Não pedirei socorro
Ao carrasco da guilhotina plácida
Direi palavras de consolo

Somos seres de acostumar...



FASES DA TRANSIÇÃO
(Horacio Xavier - © Todos os direitos reservados)


Das brisas
Que jorram flores
O gemido de prazer
Desvenda pudores

Dos ventos
Que trazem sorte
O arrepio de amor
Traz um alento forte

Das ventanias
Que espalham dores
O abraço de aquecer
Libera calores

Dos furacões
Que arrancam ninhos
Os corpos misturados
São os olhos dos redemoinhos
Como resolvo meus problemas...


DE PROBLEMA A POEMA
(Horacio Xavier - © Todos os direitos reservados)


Quando do todo
Não me sobra nada
E a chegada
Dói mais que a partida
Quando de tudo
Só me fica um pouco
E o sorriso
Não sufoca o choro

Não esmoreço
Rio do problema
Rio com gosto
Até virar poema

Quando me batem
Passo a mão no rosto
Seco o suor
Sem revidar o soco
Quando eu quero
Arrebento o couro
Uso a palavra
Faço escoadouro

Não me amedronto
Resolvo o problema
Resolvo tudo
Ao som do poema