terça-feira, 11 de outubro de 2016

MAGMA DE VERBO E CANÇÃO

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


Como poema em noite enluarada
Aguardo o momento exato
De mover os sentimentos
Jogados no infinito espaço
Feito verso de amor eterno
Que acalenta o coração

Faço-me indelével verbo

Como estrofe em dia ensolarado
Espero o tempo certo
De embalar as paixões
Atiradas em solo aberto
Tal qual melodia de prazer inapagável
Que incita o corpo

Faço-me canção infindável

Entre o verbo e a canção
Onde está o ponto de erupção
Derramo o meu desejo inenarrável







O RASTRO DO TEMPO

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


Dos dias que correm insólitos
Vislumbro a possibilidade
De sonhos eróticos

Das horas que fogem inaudíveis
Tateio a porosidade
De desejos cabíveis

Dos minutos que somem de fato
Percebo a particularidade
De amores exatos (ou sexuados?)

O tempo não empaca        
Não se faz de rogado
Passa, dispara o jato
E, invariavelmente
Deixa seu rastro






ADUBOS, CORAÇÕES E CORPOS FÉRTEIS

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


Nas plantas
Das férteis ramas dos corações
Há de brotar o inefável desejo

Nos brotos
Dos indecentes arroubos dos sexos
Há de florir o irrefutável prazer

Nas sementes
Das vias latentes dos corpos
Há de procriar o inigualável amor

Tudo gerado, seguramente
Pela pujança de um orgasmo adubador






SOBRE SONHOS, CABELOS E BORBOLETA

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


Quando o sonho
É catapulta do anseio
Descanso os braços
De abraçar desejo

Quando o desejo
Faz o gozo endoidecer
Esparramo o corpo
De encorpar prazer

Quando o prazer
Reflete amor, qual jogo de espelhos
Incorporo o vermelho
De avermelhar cabelos

Pouco importa se o seio está nu
Ou a letargia da borboleta azul







LESEIRA

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


A vida passou de repente
Não sei o que fiz
Não sei o que farei

A vida passou apressada
Um pouco malvada
Como ferida em golpe de espada

A vida passou velozmente
Não sei o que senti
Não sei o que sentirei

A vida passou encantada
Um pouco maravilhada
Como sexo, no frescor da madrugada

A vida simplesmente passou
E eu, nem percebi sua chegada