sexta-feira, 22 de setembro de 2017

A DOR, O PARTO E O POEMA

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


Pari o poema que me trancava o peito
E me fazia doente
E me dizia impotente

Pari os dizeres que me davam nó
E me viam prostrado
E me ouviam calado

Pari os sentimentos que me doíam
Que me estavam no encalço
Que me deixavam de lado

Com preconceitos e vergonhas    
Extirpados no ato e de fato
O que me salvou
Foi a dor do parto



DOS CAMINHOS DOS SENTIMENTOS

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


Os caminhos do coração
São fartos
São vastos
São portas sanfonadas de paixão

Os caminhos do bem querer
São dóceis
São móveis
São janelas abertas ao prazer

Os caminhos do desejo
São fáceis
São ágeis
São básculas encantadas de amor e beijo

Sem resquícios de pudor
(Ou paralisantes e gélidos medos)
Os caminhos dos sentimentos são abertos
(São diversos)
Livres de trancas e segredos



DE SENTIDOS E CORPOS ARDENTES


(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


As lágrimas luminescentes
Ricocheteiam
Os sentimentos guardados

O inaudível canto
Que se faz presente
Faz-me ouvinte de fato

O toque e o tato
Espasmos sobressalentes
Sobre meu corpo nu

Esperam tranquilamente
O desenrolar
O desembestar
O desafogar do contato do teu corpo nu
E também ardente



ESTREMECIMENTO

(Horacio Xavier © Todos os direitos reservados)


Tateio seu coração cadenciado
Em busca do sentimento perene

Abrigo sua boca úmida
No sabor da minha boca incandescente

Envolvo seu corpo sedento
Nos orgasmos do meu corpo quente

Trêmulos
Tremidos
Trementes
São os momentos de espera
Pelo prazer do amor candente